de Costas À Justina

RESUMO: Com base nos escritos de Roland Barthes, o texto defende que a express?o "processo penal", contida no t?tulo desta monografia, pode ser lida em L?ngua Portuguesa por meio de dupla perspectiva, porque Coivara da Mem?ria constr?i uma narrativa sobre a persecu??o de um suposto crime e, metalinguisticamente, uma narrativa sobre a narrativa. Na primeira situa??o, a palavra "penal" aproxima-se semanticamente da esfera jur?dica; na segunda, remete ? pr?pria a??o de escrever o romance, significando o processo de escrita. Constatou-se isso a partir da tentativa de responder ? pergunta: qual a constru??o do processo penal que h? em Coivara da Mem?ria? Contidos na obra barthesiana, foram colocados em destaque por este estudo os conceitos escritura e significa??o. Ademais, procurou-se demonstrar que a prosa de fic??o analisada 'diz' algo a respeito de si mesma e do Direito, principalmente pelo que decorre da an?lise de algumas personagens que a comp?em. O 'espa?o' que Justina, Ventura e Malaquias ocupam na estrutura do texto de Francisco Dantas faz com que seja poss?vel sustentar que essas personagens, cada qual a seu modo, aludem ? faceta d?plice do "processo penal". Etimologicamente, essa perspectiva ? refor?ada em virtude do fato de que aqueles tr?s nomes, se analisados em conjunto, podem oferecer leituras sobre o Direito e a Literatura, raz?o pela qual foi enfatizada a abordagem a respeito das personagens. Antes de concluir, a monografia real?a que o romance ? abrigo de outras ?reas do conhecimento e que estud?-lo sob a ?tica aqui exposta ?, obviamente, uma escolha que est? sujeita, como toda outra, a reformula??es.